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sexta-feira, 19 de outubro de 2018

A Ganha pão.

Por mais que esteja intrinsecamente associada ao público infantil, a animação não é exclusiva para menores. E não estamos falando dos filmes "para adultos que crianças podem assistir", especialidade maior da Pixar, mas de produções que realmente invistam em temas profundos e reflexivos, que sejam também um espelho da sociedade. A Ganha-Pão, indicado ao Oscar 2018 que chegou ao Brasil diretamente pela Netflix, integra este grupo. Dirigido pela britânica Nora Twomey e coproduzido por cinco países, The Breadwinner (no original) é um retrato clínico e desolador acerca da vida no Afeganistão, terra dos talibãs. Mais do que propriamente denunciar suas práticas, este longa protagonizado por mulheres busca compreender como o país chegou ao estágio retratado, em que à mulher cabe procriar e nada mais.Filha de uma escritora e de um professor, Parvana sabe ler e escrever - ao contrário da imensa maioria de suas conterrâneas.

É ao seu olhar que toda a narrativa acontece, discorrendo tragédias humanas tão cotidianas que nem são mais combatidas, apenas evitadas - quando possível. É neste ponto que está a imensa tristeza deste longa-metragem: notar, dia após dia, o acúmulo de absurdos que soam absolutamente normais. 

Da prisão abusiva do pai à negativa das pessoas em vender comida à uma criança desacompanhada, por mais que ela suplique por ajuda, A Ganha-Pão dói, profundamente, por apresentar a face feia de uma sociedade raivosa e disposta a fazer o que for necessário, em nome de uma aparente tranquilidade.

Parvana (Saara Chaudry) é uma jovem que vive em um Afeganistão governado pelas forças do Talibã. Quando seu pai é preso de maneira injusta, ela precisa se disfarçar como um menino para trabalhar e garantir o sustento de sua família.
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